Curso será realizado nos dias 6 e 7 de dezembro de 2025, das 14h às 17h, em formato online. A formação será mediada pelas psicólogas e coordenadoras do projeto, Bárbara Borges e Francinai Gomes, e tem como proposta discutir de forma crítica e sensível as relações raciais e os impactos do racismo na saúde mental da população negra no Brasil.
Com base em uma perspectiva histórica e psicossocial, o curso busca provocar reflexões sobre o modo como o mito da democracia racial e o embranquecimento moldaram os vínculos afetivos, familiares e profissionais no país. As discussões vão abordar desde o silêncio racial nas famílias brasileiras até o papel das microagressões, do pacto da branquitude e da culpa branca na manutenção das desigualdades raciais.
No primeiro encontro, intitulado “Encarando a questão de frente”, as mediadoras conduzirão um percurso que parte da formação racial do Brasil até a dificuldade social em nomear e reconhecer o racismo no cotidiano. O módulo seguinte, “Nomeando o racismo nas relações raciais”, explora como os estereótipos e a monocultura da branquitude se expressam nas relações afetivas e profissionais, e de que forma essas experiências afetam a subjetividade negra e o convívio entre pessoas de diferentes grupos raciais.
O segundo dia, com o tema “Imaginando futuros possíveis”, será voltado para a construção de alternativas e práticas de cuidado. As discussões incluem a importância da multiculturalidade, a possibilidade de uma branquitude crítica e a necessidade de uma clínica racializada também voltada para pessoas brancas. A atividade será encerrada com um momento de socialização entre os participantes.
A formação tem como referências teóricas nomes centrais do pensamento negro e decolonial, como Cida Bento, Sueli Carneiro, Lélia Gonzalez, Neusa Santos Souza, Adilson Moreira, Nego Bispo, Geni Nunes, Ediane Ribeiro, Clóvis Moura e Ronaldo Sales Júnior.
As inscrições ficam abertas de 5 de outubro a 5 de dezembro, com investimento de R$250,00 e desconto de 20% para pessoas negras e indígenas. O curso é indicado para profissionais, estudantes e pessoas interessadas em compreender as dinâmicas raciais que atravessam o cotidiano e suas implicações na vida psíquica e social.
Sobre as mediadoras
Bárbara Borges (29) é natural de Cruz das Almas, no Recôncavo Baiano, e constrói há mais de uma década uma trajetória marcada pelo engajamento no feminismo negro e pelos estudos críticos sobre raça e subjetividade. Graduanda em Psicologia na Universidade Federal da Bahia (UFBA), atua desde 2018 como pesquisadora sobre os efeitos psicossociais do racismo e possui ampla experiência com grupos, tendo atuado no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) em Salvador. É idealizadora do projeto Pra Preto Psi, criado em 2021 para democratizar o acesso à psicoterapia a partir de uma perspectiva racializada e antirracista.
Francinai Gomes (26), natural de Santo Estêvão, no sertão baiano, articula sua trajetória acadêmica e militante a partir dos estudos do rap e das expressões culturais negras enquanto ferramentas de reexistência. Graduanda em Psicologia na UFBA, pesquisa o adoecimento mental da população carcerária e atua no CAPS em Salvador, promovendo discussões sobre raça e sofrimento psíquico grave. É autora do livro “Saber de mim: autoconhecimento em escrevivências negras” (2023).
Juntas, constroem também o projeto Pra Preto Ler, espaço de escrita e reflexão sobre subjetividade, memória e resistência negra, que desde 2020 se tornou referência na articulação entre literatura, clínica e cuidado coletivo.
Inscrições através do link: https://forms.gle/JsBy5cU8vmSTb7m57
Preencha o formulário de inscrição para participar do curso Relações Interraciais e repercussões do racismo.
